domingo, 29 de março de 2009

uma liberdade de entrega

exilada sem solução, divorciei-me da vida chutando os cenários.
não reconheço mais explicação, privei-me de um dicionário.
hoje só há laços entre minha aspiração e o nada.
condeno minha natureza, tenho razões suficientes para morrer e matar.
mas não me resumo a mim,meu jardim é o tempo.
ditam minha obediencia:mas meu sono é meu tormento.
eu quero acreditar mas não gosto só da intenção.
desejo triunfo da minha direção.
enquanto trituram minhas mãos, meus olhos estão libertos.
o desejo é minha pátria, a liberdade minha bandeira.
assumi essa angústia: escolhi a incerteza
é essa a minha beleza.
e de alma inteira: eu sou passageira, eu sou estrangeira.

quinta-feira, 26 de março de 2009

a contramão da contradição

imolando meu gato esperto e otário,
no fim tudo é sempre ao contrário
e agora?
é interessante nao ser o avesso do que era antes.
eu vou embora..
isso tudo é muito edificante,
mas o vício é outro
provoca choros, desculpas e consolo.
e o meu cheio de cacos quente e ingenuo
foi ficando no caminho frio e terreno.
iluminado pela beleza do que era ha minutos atrás,
nesse meu infinito sem passado, presente ou futuro.
e la fora na navalha em cima do muro,
já não me deixam morar mais em mim.
perdem tudo: abrigo, chave, freio,
nao chegam ao fim,
nem nas lembranças do tempo em que eram crianças.
muito me dói o meio,
vivo no tempo em que se mata e morre o mundo inteiro.