terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

O guardador de Rebanhos

Canto XXXIX

O mistério das cousas, onde está ele?
Onde está ele que não aparece
Pelo menos a mostrar-nos que é mistério?
Que sabe o rio disso e que sabe a árvore?
E eu, que não sou mais do que eles, que sei disso?
Sempre que olho para as cousas e penso no que os homens pensam delas,
Rio como um regato que soa fresco numa pedra.

Porque o único sentido oculto das cousas
É elas não terem sentido oculto nenhum,
É mais estranho do que todas as estranhezas
E do que os sonhos de todos os poetas
E os pensamentos de todos os filósofos,
Que as coisas sejam realmente o que parecem ser
E não haja nada que compreender.

Sim, eis o que os meus sentidos aprenderam sozinhos: —
As cousas não têm significação: têm existência.
As cousas são o único sentido oculto das cousas.

Fernando Pessoa

terça-feira, 13 de outubro de 2009

A Inteligência



"O planeta não vai ser salvo por quem tira notas altas nas provas, mas por aqueles que se importam com ele."


O professor dessas palavras, Howard Gardner, pesquisador norte-americano e autor da Teoria das Inteligências Multiplas, balançou as bases da educação em 1984, ao defender que a inteligência não pode ser medida apenas pelo raciocínio lógico-matemático, o mais valorizado pelas escolas. Segundo o psicólogo, há outros tipos de inteligência. Essa teoria atraiu os olhares de professores, o que fez ele se aproximar do mundo educacional.
A pesquisa indetificou então, 9 tipos de inteligências: lógico-matemática, linguística, musical, espacial, interpessoal, intrapessoal, corporal-cinestésica, e as naturalista e existencial, incorporadas mais recentemente.
O grande problema da visualização da inteligencia, era o fato de encararmos ela como caracteristica inerente ao ser. Se nascessemos inteligentes, seriamos inteligentes pra tudo. Se nascido mediano, seria mediano o tempo todo. Se burro, é burro sempre. Dizia-se que a inteligencia era genética e poderia-se descobrir o nível submetendo a pessoa a testes - de QI, mais comumente - que valorizam a lógica e a linguagem. Quem é bom nas duas, é inteligente.
ENGANO! ENGANO!
Dê uma volta na cidade e descobrirás que outras habilidades fazem falta, como a espacial, que confere uma percepção visual precisa, e é caracteristica de arquitetos, navegadores, escultores e artistas como Michelangelo.
E hoje, a intrapessoal? O que é viver sem inteligência intrapessoal? Ela não parecia ser importante no passado, pois nos espelhavamos e copiávamos nossos pais. Mas hoje, todos precisam tomar decisões, das mais simplistas, como 'onde morar', como as mais complexas 'que carreira seguir'. Quem não se conhece, comete um erro atrás do outro. Freud explica.
E, na minha humilde opinião (hehehehe), faltam caracteristicas interpessoais pelo nosso BraZil. (Ah, eu vi uma brasileirinha no jogo contra a Venezuela nesse domingo dia 11, com Brasil escrito assim... Z...)
Enfim... Precisamos buscar a forma de educar. Não é imitando modelos norte-americanos ou europeus que teremos uma educação de ponta. Como Gardner mesmo diz, "Os educadores devem conhecer ao máximo cada um de seus alunos e, assim, ensiná-los da maneira que eles melhor poderão aprender." O Brasil é um grande aluno que ensina seus aluninhos para os séculos XIX E XX. Além dos docentes, é claro, ensinarem como foram ensinados, sem evolução. O país precisa de um espelho, e de inteligencia interpessoal nos nossos políticos, pra que eles tenham a capacidade de entender as motivações e desejos dos outros, nós, seus governados (não vou falar sobre corrupção).
A individualização é nítida. Cada um com seu eu. Não existe ''burrice''. Existem pessoas que não ativaram suas inteligências, que não são ensinadas da forma em que mais aprenderiam.
Hoje, Gardner tem um novo foco, As cinco mentes para o futuro, que são: a mente disciplinada, sintetizadora, criadora, respeitosa e ética. Segundo ele, não basta ser inteligente. Mais do que tudo, é preciso ter caráter. São mentes conectadas as inteligencias e que devemos nutrir. Esse é o homem do futuro. E ele faz uma salva as virtudes morais, a mente respeitosa, que começa com o reconhecimento de cada ser humano ser único, e a mente ética, que rege como encararemos os fatos. Podemos discriminar ou respeitar, podemos conhecer ou ignorar. O mais difícil na ética é fazer o certo quando isso não vai de encontro aos nossos interesses. Tudo que fazemos não afetará somente a nós, mas ao mundo. E se também a desobediencia for realmente uma virtude necessária a criatividade, como disse Raul Seixas?
É claro que a adaptação a tudo isso não é fácil. A mente humana caminha a passos lentos, assim como nossas estruturas sociais, e principalmente de dominar os nossos interesses.
E o soluço grande, como fica?



Individualize-se, depois, pluralize-se.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Lamento do Oficial por seu Cavalo Morto

Nós merecemos a morte,
porque somos humanos,
e a guerra é feita pelas nossas mãos,
pela nossa cabeça embrulhada em séculos de sombra,
por nosso sangue estranho e instável,
pelas ordens
que trazemos por dentro, e ficam sem explicação.

Cecília Meireles

sexta-feira, 31 de julho de 2009

independência

quando mutilada
minha palavra é minha riqueza
e ser humana, apenas humana, minha indigência.
o que haveria de mais doente?
tensa, ameaçada,
sei que morrerei eu e meu corpo
o homem é seu próprio fim.
mas minha alma supera minha morada
ela ilumina minha casa, me domina.
a minh'alma respira revolução,
grita minha liberdade diante do que me esmaga,
arde minha rebeldia, minha paixão.
então me proporciono todos os meus direitos,
toco e faço minha medida:
a grandeza da alma aflita.

domingo, 29 de março de 2009

uma liberdade de entrega

exilada sem solução, divorciei-me da vida chutando os cenários.
não reconheço mais explicação, privei-me de um dicionário.
hoje só há laços entre minha aspiração e o nada.
condeno minha natureza, tenho razões suficientes para morrer e matar.
mas não me resumo a mim,meu jardim é o tempo.
ditam minha obediencia:mas meu sono é meu tormento.
eu quero acreditar mas não gosto só da intenção.
desejo triunfo da minha direção.
enquanto trituram minhas mãos, meus olhos estão libertos.
o desejo é minha pátria, a liberdade minha bandeira.
assumi essa angústia: escolhi a incerteza
é essa a minha beleza.
e de alma inteira: eu sou passageira, eu sou estrangeira.

quinta-feira, 26 de março de 2009

a contramão da contradição

imolando meu gato esperto e otário,
no fim tudo é sempre ao contrário
e agora?
é interessante nao ser o avesso do que era antes.
eu vou embora..
isso tudo é muito edificante,
mas o vício é outro
provoca choros, desculpas e consolo.
e o meu cheio de cacos quente e ingenuo
foi ficando no caminho frio e terreno.
iluminado pela beleza do que era ha minutos atrás,
nesse meu infinito sem passado, presente ou futuro.
e la fora na navalha em cima do muro,
já não me deixam morar mais em mim.
perdem tudo: abrigo, chave, freio,
nao chegam ao fim,
nem nas lembranças do tempo em que eram crianças.
muito me dói o meio,
vivo no tempo em que se mata e morre o mundo inteiro.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

ritmo

eu venho em forma de tango,
descompassado em meio aos sinais
e até no amanhecer eu vejo alvoraçadas almas,
todas exorcizadas nas minhas catedrais.
se em mim esse mundo faz morada,
eu não sei mais o que será comigo quando eu me voltar..
quando essa odisséia terminar
mais comigo que só na multidão,
leve em meio a ventania,
sozinha,
comigo,
eu fugirei..

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

''julgo ter compreendido...''

hoje, mamãe morreu. ou talvez ontem, não sei bem.
do fundo do meu futuro, durante toda esta vida absurda que eu levara, subira até mim através dos anos que ainda não tinham chegado, um sopro obscuro, e esse sopro igualava na sua passagem tudo o que me propunham nos anos, não mais reais, que eu vivia.
compreende, compreende o que eu quero dizer?
ninguém, ninguém tinha o direito de chorar por ela.
e eu me abro pela primeira vez a terna indiferença do mundo, talvez, por o sentir tão parecido comigo.
julgo ter compreendido, e me sinto libertado, me sinto outra vez calmo.
é como se durante este tempo todo tivesse estado à espera deste minuto... nada, nada tem importância e eu sei bem porquê.

trechos de O Estrangeiro - Albert Camus
meu livro de cabeceira, meu eu escrito antes de me entender a mim..

domingo, 28 de dezembro de 2008

o mesmo erro. mas, talvez um dia..

acho que você, um dia aqui e outro acolá saltitando pela vida, deve ter topado com pessoas que não pareciam sofrer.
é, aqueles irmãos de chão (ou de céu) que não são muito parecidos com você. sempre invisíveis, neles também habitam qualquer coisas de risos leves e choros descontrolados tão bem confinados dentro de seu ar monocromático que você nem percebe o tamanho das nuances por trás.
raramente deixei de fechar as janelas pelos ventos.. ou raramente escondi - em momentos puramente despercebidos - o quanto qualquer olhar bobo que me abraçava, balançava.
se esse tipo de pessoa não tiver nenhuma distorção psicologica... bom,
arrasto o erro que me era tão mais comodo.. escondo na fossa do coração tudo que meu olhar deseja,..
se a culpa inquieta, se os domingos programados de liberdade não satisfazem mais, se já não consigo achar bons motivos (ou motivos claros) para continuar meu romance comigo.. algo que começou há tanto, numa simbiose que fazia até meu corpo mudar.. por favor, há horas em que esses pobres - sim, pobres - indivíduos, dotados de qualquer repetencia de sentimentos, chegam as dores por não quererem ser.
pena, pena que eu não tenha palavra. pena que sem uma mão eu vá me perder em qualquer boa concha solitária que me for conveniente de novo.

quero voltar a sera boa observadora de sempre, sem sofrer com isso.
se a dor por não me deixar viver dói tanto, como será a da vida?
eu assisto enquanto minha bomba não explode...

sábado, 27 de dezembro de 2008

3, 2, 1..

coração de bruxa numa pele de maçã,
sexo de luxo possuído por satã,
de cínica vanguarda, meu amor anda a marcha-ré,
remoendo vícios, sou lembrança de hospício, de loucura e de prazer..
e dei de cara com você.

mas solidão não tem depois..
então, se sinta a vontade pra poder dissimular.

cavalos da alma

sou qualquer coisa abstrata que se contradiz e se redefine, como uma um corte que se dá ao longe.
vivo dentro do meu tempo que poetiza e liberta: parto fora das premissas.
caminho no direito à certeza que jamais me ceifarão e apenas me dói essa incerteza limitadora, impositora, que por aí ainda voa.
sei que meu mundo não pode ser cercado,
minha liberdade não pode ser medida,
nem minha aurora escondida..

é que meu céu e minha terra não podem ser contados: estou unida a mim.
nada me ultrapassará: eu não tenho fim.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

o mar faz onda feito criança

você já topou com algo do passado que era pra ser e não foi, e hoje não pode mais... mas que ficou incompleto?
isso é uma MERDA..

sábado, 22 de novembro de 2008

vontade de potência?

ando me sentindo sozinha ultimamente.
por incrível que pareça. eu não to falando daquela solidão legal que eu sempre gostei e busquei.. to falando daquela dolorida, que parece uma mão e seus cinco dedos te sufocando.. aquela que não te deixa dividir os sonhos, os vôos.
por mais que eu tenha amigos ou até mesmo um algo além (ou aquém) qualquer, nada disso anda sendo suficiente. o grande problema é que só eu ando vaga e indefinida: sem objetivos, sem foco. perto dos outros pareço uma idiota completa... me sinto uma idiota completa.
as pessoas crescem, evoluem, e isso é visível. mas quando voce não se vê passando etapa nenhuma, e seu sistema aberto e dinamico acaba entrando em estado vegetativo... poxa... dói as idéias, porra! to cansada de sonhar sozinha, de achar tudo uma merda (sozinha), de reclamar das ideologias de boteco e dos sistemas natura-babacas, dos vôos alçados tão felizes caindo tão abruptamente... falta combustível. isso! falta combustível.

por mais que seja vontade de potência... a gente se esgota às vezes.
não há vontade de potencia que resista quando até tua solidão mais sincera se volta contra você: circunstancias pesadas.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

amor, amor!

oi.

eu sei que ninguém lerá isso. por isso recorri aqui.. às vezes até essa muralha desaba frente a si e.. é isso que se procede.

sair de qualquer tipo de relação é complicado, pelo menos pela maioria. eu queria que fosse assim aqui também. acabar de ler algo que fala de amor e se sentir uma topeira que nunca amou torra o saco.. é viver nem um dia na semana sequer sem parar pra estar cara a cara com esse problema: as pessoas vivem em função deste dom supremo, o amor. e eu que não amo, e nem faço questão de amar, como fico?
minha existencia é quase abusiva, diria. mas, inventando minhas ilusões, eu percebo que o erro nao se apresenta aqui, pelo menos não minto, nem construo quereres.. bem da verdade é que eu tusso e jogo pra fora aquilo que não se quer enxergar.. o mundo é naturalmente idiota.
amar? o que é isso? voce diz que ama seu amor?? MENTIRA! TUDO MENTIRA!
quem diz que ama não tem capacitade de plenitude..
quem diz que ama venda os olhos, se ilude na sua competição orgulhosa.
quem diz que ama se perde no seu ego, embebido em respirações dopadas.
o amor é egoísta, quer seu bem estar
é a contramão de tudo que diz ser.
e rebata, voce que diz amar, por favor:
por acaso aquilo que voce sente agora por um par de olhos é algo divino? ou se aproxima de deus? ou é tão puro e singelo que voce se perde na sua candura?
ahahahahahahah ou melhor: voce faz sexo por que é a forma máxima de amor?
claro, aham, e não há nada de satisfação pessoal também.

amar é tão cômodo.
voce não tem opção: todos estão com suas tampas, e voce se ve em desvantagem e.. ama.
é.. amar, assim.

eu te amo,
(amo tua carne,
amo teu humano..)

eu me amo.
diga isso quando pensar em asneirar um 'eu te amo'.

eu entendo isso quando dizem me amar,
mas.. sinto muito. EU NÃO VOU AJUDAR ;)



e, como diz um amigo meu..
''eu te amo, agora vamos pra cama comigo..''





sim.. isso tudo é raiva de mim :/

domingo, 10 de agosto de 2008

a máscara

sou simulação no olhar,
furacão no ar,
ressaca no mar..
a magoa que persegue,
a vontade de vingança que engana,
e se pinta de tantas outras matizes,
outras matrizes, catedrais..
mas esses adornos não conseguem esconder mais esse medo de tantos nomes.

sábado, 2 de agosto de 2008

alma quieta

tu está em paz,
a tua alma quieta,
de conta gotas satisfaz,
e tu já não procura nem mais, nem o mais..
nem quer, nem deseja,
não anseia pela peleja.
em mesa de cristal sem vento, vive,
mas quando te vem tormenta, não sobrevive.
e te fazes, assim, tão pequeno..
se diz: tu está em paz.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

introduction

algumas coisas eu não quero admitir,
outras nem escutar.
essa rebeldia na contramão é tudo que eu entendo em mim.
as (l)imitações desmontam o absurdo tão aconchegante,
e chega aquele tempo em que eu já nem sei mais..
se isso é pouco pra eu entender desse mundo,
já que esses gritos que se passam felizes
são apenas presunção,
quero ao menos, no avesso, caminhar
e não será nada além do que eu me faço desejar.

sábado, 7 de junho de 2008

objetividade, limpeza e clareza

as fugas vêm da secura.
o desvio vem do seu filho sem saúde.
que voce cuida com tanto carinho.
se é de mistérios as chaves, eu não fico aflita em pensar nelas
não passa de crime horrorizar o dia-a-dia,
não passa de juventude riscada, a fantasia.
nem de resto, o que nunca morre.
as fugas vêm do seco.
do exército sem general,
ou da fé que te chupa insandecidamente.
já que te vertem nos ouvidos o que não deveria ser jamais cuspido..
a falsificação te consome em declarações tão puras.
defeitos de um futuro imperfeito, ou até do infinitivo.
nenhuma marca se deixa eterna, nenhum riso atravessa as traças.

mas há coisas que eu não posso mudar. e nem quero.

sexta-feira, 30 de maio de 2008

I still haven't found what I'm looking for..

sábado, 17 de maio de 2008

Pintura

Eu queimo, solto fogo e arremesso veneno dos meus olhos.
Eu mordo, sangro.
Sou afiada, corto fundo.
Minha energia é forte e fogosa..
Meu desagrado tem de ser manifestado.
Eu posso ser gentil e vertiginar você depois.
Uma vez provocada, sou difícil de descartar.
Sou sempre adequada.
Sempre necessária.
Não tente se livrar de mim.
Você vai me ouvir e reconhecer,
vai me louvar, me adorar, me tragar..
E eu vou descer pela tua boca e te rasgar até a noite em que você chorará implorando o fim.
E eu aliviarei a tua dor.
Eu sou o que você pediu e o que você sonhou,
o teu pesadelo, que adora respirar perto de tuas outras facetas.
Eu sou a raiva, e tu, meu alvo.
Sou uma gata, uma leoa,
sou a dona do meu pincel,
Eu sou. Eu sei.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Moldura

Eu sou a tua proteção,
teu inimigo que te circunda esperando a tua queda.
Respiro tuas frágeis dores nas paredes que te confinam.
Eu te dou a espada e a batalha,
eu sou o teu direito de ser o mal,
as tuas faces sem ensaios, sem despedidas.
Faço o teu certo e sólido se evaporar, ir embora,
gosto de sentir tua raiva, gosto de ser tua transformação,
tirar os pés do chão e correr na contra mão.
Sou o impossível e necessário.
Dizem até que sou a loucura,
mas sou só uma tesoura pra cortar as roupas que te amarram.
Eu sou palavras acometidas por pulsos, coração,
sou a tinta pra pintar o quadro,
eu sou a dança no ritmo mais desejado..
Vou te levar ao fim do mundo,
melhor pra você ir embora..
As viagens não findam e eu sou o guia ao errado.

segunda-feira, 12 de maio de 2008