terça-feira, 13 de outubro de 2009

A Inteligência



"O planeta não vai ser salvo por quem tira notas altas nas provas, mas por aqueles que se importam com ele."


O professor dessas palavras, Howard Gardner, pesquisador norte-americano e autor da Teoria das Inteligências Multiplas, balançou as bases da educação em 1984, ao defender que a inteligência não pode ser medida apenas pelo raciocínio lógico-matemático, o mais valorizado pelas escolas. Segundo o psicólogo, há outros tipos de inteligência. Essa teoria atraiu os olhares de professores, o que fez ele se aproximar do mundo educacional.
A pesquisa indetificou então, 9 tipos de inteligências: lógico-matemática, linguística, musical, espacial, interpessoal, intrapessoal, corporal-cinestésica, e as naturalista e existencial, incorporadas mais recentemente.
O grande problema da visualização da inteligencia, era o fato de encararmos ela como caracteristica inerente ao ser. Se nascessemos inteligentes, seriamos inteligentes pra tudo. Se nascido mediano, seria mediano o tempo todo. Se burro, é burro sempre. Dizia-se que a inteligencia era genética e poderia-se descobrir o nível submetendo a pessoa a testes - de QI, mais comumente - que valorizam a lógica e a linguagem. Quem é bom nas duas, é inteligente.
ENGANO! ENGANO!
Dê uma volta na cidade e descobrirás que outras habilidades fazem falta, como a espacial, que confere uma percepção visual precisa, e é caracteristica de arquitetos, navegadores, escultores e artistas como Michelangelo.
E hoje, a intrapessoal? O que é viver sem inteligência intrapessoal? Ela não parecia ser importante no passado, pois nos espelhavamos e copiávamos nossos pais. Mas hoje, todos precisam tomar decisões, das mais simplistas, como 'onde morar', como as mais complexas 'que carreira seguir'. Quem não se conhece, comete um erro atrás do outro. Freud explica.
E, na minha humilde opinião (hehehehe), faltam caracteristicas interpessoais pelo nosso BraZil. (Ah, eu vi uma brasileirinha no jogo contra a Venezuela nesse domingo dia 11, com Brasil escrito assim... Z...)
Enfim... Precisamos buscar a forma de educar. Não é imitando modelos norte-americanos ou europeus que teremos uma educação de ponta. Como Gardner mesmo diz, "Os educadores devem conhecer ao máximo cada um de seus alunos e, assim, ensiná-los da maneira que eles melhor poderão aprender." O Brasil é um grande aluno que ensina seus aluninhos para os séculos XIX E XX. Além dos docentes, é claro, ensinarem como foram ensinados, sem evolução. O país precisa de um espelho, e de inteligencia interpessoal nos nossos políticos, pra que eles tenham a capacidade de entender as motivações e desejos dos outros, nós, seus governados (não vou falar sobre corrupção).
A individualização é nítida. Cada um com seu eu. Não existe ''burrice''. Existem pessoas que não ativaram suas inteligências, que não são ensinadas da forma em que mais aprenderiam.
Hoje, Gardner tem um novo foco, As cinco mentes para o futuro, que são: a mente disciplinada, sintetizadora, criadora, respeitosa e ética. Segundo ele, não basta ser inteligente. Mais do que tudo, é preciso ter caráter. São mentes conectadas as inteligencias e que devemos nutrir. Esse é o homem do futuro. E ele faz uma salva as virtudes morais, a mente respeitosa, que começa com o reconhecimento de cada ser humano ser único, e a mente ética, que rege como encararemos os fatos. Podemos discriminar ou respeitar, podemos conhecer ou ignorar. O mais difícil na ética é fazer o certo quando isso não vai de encontro aos nossos interesses. Tudo que fazemos não afetará somente a nós, mas ao mundo. E se também a desobediencia for realmente uma virtude necessária a criatividade, como disse Raul Seixas?
É claro que a adaptação a tudo isso não é fácil. A mente humana caminha a passos lentos, assim como nossas estruturas sociais, e principalmente de dominar os nossos interesses.
E o soluço grande, como fica?



Individualize-se, depois, pluralize-se.