sábado, 17 de maio de 2008

Pintura

Eu queimo, solto fogo e arremesso veneno dos meus olhos.
Eu mordo, sangro.
Sou afiada, corto fundo.
Minha energia é forte e fogosa..
Meu desagrado tem de ser manifestado.
Eu posso ser gentil e vertiginar você depois.
Uma vez provocada, sou difícil de descartar.
Sou sempre adequada.
Sempre necessária.
Não tente se livrar de mim.
Você vai me ouvir e reconhecer,
vai me louvar, me adorar, me tragar..
E eu vou descer pela tua boca e te rasgar até a noite em que você chorará implorando o fim.
E eu aliviarei a tua dor.
Eu sou o que você pediu e o que você sonhou,
o teu pesadelo, que adora respirar perto de tuas outras facetas.
Eu sou a raiva, e tu, meu alvo.
Sou uma gata, uma leoa,
sou a dona do meu pincel,
Eu sou. Eu sei.

Um comentário:

Raul Guilherme disse...

Tu é o sangue que verte da tela enquanto leio esse texto.
Tu é uma garota inocente. Indefesa, fragil e ácida.
Pode construir esse titã em puro aço, em volta dessa verdade macia e inofensiva.
Se tu fostes tão forte quanto eu vejo, gravaria no metal da sua pele o tamanho do seu medo.

[texto na segunda pessoa é tão feio...]